Pesquisa realizada pelo Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo (USP), a partir de dados do Datasus, traz novos dados a respeito do aborto no Brasil. A pesquisa mostra que a curetagem pós-aborto está em primeiro lugar no ranking de cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre 1995 e 2007, ocorreram mais de três milhões de procedimentos desse tipo. Essa pesquisa não diferencia em números os abortamentos espontâneos e induzidos, mas indica que a maior parte deles são provocados, já que um aborto espontâneo geralmente não necessita de internação.
Segundo outra pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB), a maioria das mulheres que já abortaram tem entre 20 e 29 anos, trabalha, possui algum tipo de união estável, usa métodos anticoncepcionais e, dessas, 81% são mães. Mais da metade, 55%, são internadas logo após o aborto, o que, segundo o coordenador da pesquisa, Marcelo Medeiros, “é uma taxa muito alta, e isso é gravíssimo porque significa não só que elas precisaram ir a um hospital, mas que permaneceram lá com sérias complicações de saúde”. A morte por aborto é a terceira causa de morte materna no Brasil.